segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

CONTO | O PRÍNCIPE POMBA


Era de uma vez um carvoeiro que tinha três filhas e p’ra sobreviver tinha que ir à lenha. Depois fazia carvão e vendia. Mas um dia choveu. Choveu nunca pôde ir à lenha p’r ‘áquele mato mais fechado. Lembrou-se ir assim p’r ‘áquele mai pequenino p’ra nã se molhar. Depois foi, passou por ô pé d’ uma horta e olhou lá p’ra dentro, viu lá ‘mas couves. E o que é que ele ‘via de pensar? Em pular lá dentro e róbar uma.


Assim que entrou p’ra dentro da horta sentiu ‘ma pancada nas costas, vai a olhar: um preto. E depois o preto disse-lhe que o levava preso. Mas depois ele lá le pediu desculpa e ‘teve-le contando a situação: que tinha três filhas e que nã tinha nada p’ra sobreviver, que tinha vindo à lenha… E depois o preto disse-lhe:
— Bom, nã te faço mal mas tens que me dar a tua filha mais nova.
Bom, ele, no ôtro dia foi e levo-le a filha mai nova. Ficou lá na horta, tinhom um grande palácio e a filha ficou lá e ele vei’-s’ embora. Vei’ s’embora e a filha ficou lá e, todas as noites, depois dela se deitar, aparecia uma pomba lá no quarto e aquela pomba transformava-se num príncipe. E o príncipe deitava-se com ela. Depois de manhã saía, ia-se embora.
E ela um dia começou a andar muito triste, muito triste, e depois ó preto que sentia muita falta da família. Ele disse-lhe:
— Nã pense na sua família menina, olhe que a su’ família vai-lhe dar cabo da sua vida.
Mas ela começou a chorar. Começou a chorar, diz ele assim:
— Atão pronto! Deixe estar qu’ amanhã cedinho vai ter cá, vai ter cá a sua família.
No outro dia lá ‘tavom as irmãs, lá ‘tiverom… E as irmãs p’los jeitos ela diria-le da pomba e as irmãs p’los jeitos puserom-se a espreitar. Puserom-se a espreitar, viom, à noite vir aquela pomba, lavava-se ali numa bacia de água e depois ia-se a deitar com ela. E o que é que elas haviom de pensar: cortarem vidros e pôr na bacia.



A pomba, naquela noite veio, foi tomar banho, foi-se lavar à bacia, cortô-se. Ficou muito ferida e abalou, foi-s’ embora. Abalou foi-s’ embora e o palácio desapareceu. Desapareceu palácio e elas ficarom ali na rua. Ela e as irmãs e o preto. Depois … lá foi a ‘tar com o preto, toda chorosa e o preto disse-le:
— Nã’ chores. Toma lá este novelo de fio e tu jogas-o. Ma’ nã lhe dêxes a ponta. Ê nã te disse que as tuas irmãs te armavom uma traição?! Nã chores. Toma lá este novelo de fio e tu jogas-o a rebolar, mas nã largues a ponta e se fores (vás, vás, vás) onde o fio acabar, é que tu encontrarás o palácio.
Bom, ela assim fez, jogou o novelo de fio a rebolar. Ora, andou uns poucos de dias, andou, andou até que chegou a um certo sítio, onde ‘tava um palácio, depois lá bateu à porta, apareceu uma aia e lá foi falar com a rainha e depois mandarom-na entrar e lá le derom um quarto p’ra ela ficar.
Lá ficou nesse quarto, passou-se tempo e ela teve um menino qu’ era do príncipe pomba que ia lá deitar-se com ela. (Teve um menino e essa aia foi ao quarto…) E a pomba vinha à mesma. Vinha lá. E a aia foi dizer à rainha que aquela menina que ‘tava lá, que tinha um menino que era. Muito parecido, que era igualinho ó Príncepe Pomba. Mas a rainha nã ligou. E ele nessa noite veio, a pomba veio e trouxe-lhe uma toalha em oro, ou bordada a oro ou qualquer coisa assim. E a aia viu-a e conheceu-a e foi dizer à rainha que o menino tinha uma toalha que era tal e qual a do Príncipe Pomba. Mas a rainha tamém nã le ligô assim. Depois, na ôtra noite, ele veio, trouxe-l’ um manto e ôtra coisa que ê nã me lembra agora…. E a aia depois, viu aquilo e foi ôtra vez a dezer à rainha e a rainha já … chamou a atenção e veio ver. Veio ver e depois fechô-se no quarto com a menina e depois ‘teve-le perguntando e ela ‘teve-lhe contando tudo o que se passara. E ela disse-lh’ assim:
— Cond’ ele viere hás-de- le perguntar o qu’é qu’é preciso p’ra le tirar o encanto.


E cond’ ele vinha, vinha lá dormir, transformava-se num príncipe munto bonito. (Foi o que a rapariga contou depois à rainha. A rainha era a mãe dele.) E quand’ ele veio, a seguir, essa noite, ela perguntou-le o que é qu’ era preciso fazer p’ra le tirar o encanto. E ele disse qu’ era simples, era só a boa vontade da mãe dele.
— Minha mãe manda fazer um tanque aí no jardim, e quando o tanque ‘tiver cheio de água do jardim, hã’-de vir três bandos de pombas: um preto, um bando preto, e o outro assim, já mai’ claras, e vem um de pombas brancas. E nessas pombas brancas, a minha mãe que encha uma bacia d’água, e a da frente sou eu. E s’ a minha mãe conseguir jogar a água e apanhar-me resolve o encanto. Bom, ela lá contou à rainha o que ele tinha dito e a rainha mandou fazer [aquilo]. Quando o tanque ‘tava cheio de água lá do jardim, encheu uma bacia e depois lá se pôs à espera, lá veio o bando de pombas pretas, e depois o outro mai’ claro, e quando veio o das pombas brancas ela joga a água da bacia e depois lá o conseguiu apanhar e ele depois transformou-se num príncipe. Transformou-se num príncipe e depois lá ficou muito contente e casou então com ela. E o filho era dele.


Informante: Maria do Rosário Ruivo, Monte dos Pedros (Vale do Poço, Serpa)
Recolhido em Junho de 2009
(António Lopes, Cláudia Machado, Sofia Amorim)

CONTO | O MOLEIRO


Era um moleiro muito pobre e que tinha muitos filhos. Vivia numa casa muito simples, muito humilde e era no tempo da miséria. E depois com tantos filhos ainda mais, maior era a miséria. E tinha um vizinho que era muito rico e que era comerciante, vendia farinhas e, por umas quantas vezes vendeu-lhe farinha fiada. Mas chegou a um ponto em que disse que já não lhe dava mais e ele via os filhos com fome e pensou em ir correr mundo para ver se havia uma vida melhor para dar aos filhos dele. E abalou. E ele era cego. A mulher ficou com os filhos e ele lá abalou. Assim que se fez de noite, como era cego, subiu para cima de uma árvore. Por essa noite afora apareceram três fadas e puseram-se a conversar debaixo da árvore. E uma disse:
– A rainha de tal terra está cega. Se ela esfregasse um raminho desta árvore pela vista começava a ver.
E outra disse:
– Ôh! Atão e a princesa lá daquele palácio que tem estado tão doente! ... Mas não sabem que está um sapo dentro da tina do azeite…. Se eles tirassem de lá o sapo, o matassem, e o pusessem no fumeiro, à medida que ele ia secando a menina punha-se boa.
E a outra disse:
– E naquela terra, lá do outro lado, anda tudo com uma falta de água, os bichos a morrerem à sede… E à parte de cima da povoação está um grande seixo. Se dessem lá com uma maceta duas ou três vezes, a água corria por ali abaixo e era uma fartura de água para todos. Ele estava a ouvir, continuou muito caladinho e elas foram-se embora. Mal elas abalaram, ele passou logo com um raminho da árvore pela vista e começou a ver. Assim que amanheceu abalou e dirigiu-se a essas três povoações: Primeiro foi àquela onde a princesa disse que estava muito doente e disse que era capaz de curar a princesa. Eles não o queriam deixar entrar mas depois, assim que disseram ao rei que ele dizia que era capaz de curar a princesa, o rei disse que entrasse, mas se fosse mentira que o mandava matar. Ele disse que não era mentira e disse que dentro da tina do azeite estava um sapo. Se o matassem e o pusessem ao fumeiro, à medida que ele fosse secando ela ia melhorando. Eles foram à tina do azeite e lá estava o sapo. Conforme fizeram aquilo, a princesa ia melhorando de dia para dia. Depois ele foi-se embora. Mas eles ficaram tão contentes que lhe deram um saco de dinheiro e arranjaram-lhe uma carroça puxada por um cavalo, para ele levar. Ele seguiu mais para diante e foi àquela terra onde andava tudo cheio de sede. Chegou lá, disse que precisava de uma maceta. Havia quem tivesse. Assim que ele dá ali duas ou três marteladas no seixo, aquilo correu um torno de água que foi uma fartura para todos. Bom, outra vez a população muito contente, mais uma mãcheia de dinheiro lhe deram e lhe agradeceram, não sabiam como lhe agradecer, de tão contentes que ficaram.
Foi mais para diante à outra terra onde estava a tal princesa que não via. Ele lá levava um ramo daquela árvore. Mandou-a à mesma chamar e disse que era capaz de curar a princesa, que ela havia de começar a ver, e deixaram-no entrar. Ele lá lhe disse para ela passar três vezes com aquele raminho pela vista, que havia de começar a ver e o mesmo aconteceu: ela curada da vista e lá lhe deram mais um saco de dinheiro. Ora, ele muito contente porque via os filhos com tanta miséria e a casa com tanta miséria… regressou a casa.
Depois foi lá à daquele comerciante a comprar fartura de farinha, arranjaram a casa, arranjaram outras condições ao filho dele e muito satisfeito ficou pois tinha muita fartura para dar aos filhos…. O outro comerciante tinha muito mas ainda estava com inveja, queria ter mais do que o que tinha e disse-lhe que o fosse levar onde ele tinha arranjado a fortuna dele. Ele disse lhe que estava bem. Foi e disse:
– Olhe onde eu arranjei a minha fortuna foi em cima desta árvore.
Lá chegaram à mesma ao anoitecer. Ele voltou para casa e o vizinho ficou lá em cima da árvore. Por essa noite afora apareceram as três fadas e disseram:
– Naquela noite que a gente esteve aqui a conversar tinha que estar alguém a ouvir porque tudo o que a gente aqui falou foi o que fizeram, que aconteceu. E então tinha que estar alguém a ouvir.
Olham para cima, vêem aquele lá. Descobrem-no lá, fazem-no cair p’ra baixo e matam-no.
Ele era muito ambicioso e de tanta ambição que tinha acaba por perder tudo. Tinha muito mas ainda queria muito mais. Como viu o outro…. É assim o final desta história.

Informante: Susete Vargas, Vale do Poço (Serpa)
Recolhido em Novembro de 2007

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

CONTO | O HOMEM MAU E O HOMEM BOM


De maneira que era uma terrazinha que havia no Alentejo, pequenina. E então os homens costumavam-se sentar, já assim velhotezinhos, sentar todos assim num banco. E havia um que era muito bom, muito bom, muito bom, desde pequenino que era muito bom, mas sempre foram amigos até serem velhos, e havia outro que era muito mau. Manê’ que aquele qu’ era muito mau batia, já tinha batido em todos, menos naquele que era muito bom que nunca arranjou um pé p’ra lhe bater.
–– Homem esta! Atã mas tenho batido neles todos e neste na lh’ hei-de bater?! Ê tenh’ qu’ arrenjar um porquem p’ra lhe bater.
Os ôtros deziam-lhe:
–– Mas o qu’ é que tu queres arrenjar se vês qu’ és piquinino e já temos todos sessenta anos e ’inda n’ arrenjastes um pé p’ra bateres no rapaz, no homem, e agora queres-lhe bater já com esta idade?!
–– Bat’-lhe! Ê na morro sem lhe bater!
Bom, o homem tinha o jeito que condo chigava ali, cond’ chigava ali p’ra, cond’ se juntavom todos ali naquele banco, e ali naquele... sentavom-se em volta ali duma árvore que havia, dizer aquela palavra: «tem graça!». Dizia sempre: «tem graça!»
O outro começou a pensar um dia: «homem, há tantos anos dezendo sempre “tem graça”, por aqui é que tem que começar. Ê por esta palavra tem’ que lhe bater!
Ora os outros deziom:
–– Tão agora o homem diz: «tem graça» e queres-lhe bater?!
–– Virão a ver s’ ê nã lh’ heid’ bater!
Manêra que um dia o homem chega, todos sentados e diz:
–– Tem graça!
Diz el’ aqui assim:
–– Ah sim?! Tal é o que me chamastes!?
— Atã’ o qu’ é qu’ o homem te chamou? –– todos eles — atã o qu’ é qu’ o homem te chamou? Tem dito sempre: «tem graça»!?
— Olhem! Ê vou-lhe dezer o que ele me chamou, e virão a sova qu’ el’ apanha! «Tem graça!» Olhem: graça do Senhor; Senhor dos Passos; paços de concelho; conselho de guerra; guerra junqueira; junqueira água; água mar; mar azul; azul tinta; tinta papel; papel branco; branco leite; leite de vaca; vaca boi; boi tem cornos; chamou--me cabrão!
Deu-lh’ uma sova, e os outros:
–– Dêx’ ô homem! Dêx’ ô homem!
–– Não o deixo que me chamou cabrão! Tem’ que bater-lhe.
Vitória vitória, acabou-se a história.

Informante: Francisca Calvinho, Vila Verde de Ficalho (Serpa)
Recolhido em Abril de 2009

CONTO | O COELHO NO ARMÁRIO


Era um velho bigodelho pinçapelho sinçarelho
Que foi ao mato bigodato pinçapato sinçarato
E matou um coelho bigodelho pinçapelho sinçarelho.
Veio de lá e disse à velha bigodelha pinçapelha sinçarelha
Que não guardasse o coelho bigodelho pinçapelho sinçarelho
No armário bigodário pinçapário sinçarário,
Por mor do gato bigodato pinçapato sinçarato,
Que comia o coelho bigodelho pinçapelho sinçarelho.
Foi dali a velha bigodelha pinçapelha sinçarelha
Guardou o coelho bigodelho pinçapelho sinçarelho.
No armário bigodário pinçapário sinçarário,.
Veio de cá o gato bigodato pinçapato sinçarato,
E comeu o coelho bigodelho pinçapelho sinçarelho..
“Não lhe dizia eu sua velha bigodelha pinçapelha sinçarelha
Que o gato bigodato pinçapato sinçarato,
Comia o coelho bigodelho pinçapelho sinçarelho?!”

Informante: Elisiário Gregório Horta, Serpa
Recolhido em Junho de 2008
(António Lopes)

CONTO | O PRÍNCIPE E O LIMÃO


Era uma vez um príncipe. Quando chegou à idade de casar, o rei, seu pai, mandou apregoar por todo o reino que todas as raparigas em idade de casar se deveriam apresentar no palácio para que o príncipe pudesse escolher.
Vieram de todo o reino e de fora dele, princesas e condessas, raparigas de todas as condições. Mas nenhuma foi escolhida. Até que a filha de um vassalo do rei, sem que seu pai soubesse, decidiu ir também à presença do príncipe. E como era muito bonita, muito engraçadinha, foi ela a escolhida. E tendo sido escolhida ficou a viver no palácio. Mas o seu pai não sabia, nem o pai nem a mãe.
Depois da escolha do príncipe, as outras pretendentes foram mandadas embora e o príncipe, com a convivência, começou a gostar cada vez mais da rapariga, de tal modo que esta, preocupada pelo facto de nem o pai nem a mãe saberem onde estava, pensou numa maneira de se ir embora.
Um dia, estavam num salão e havia um jardim com limoeiros. E a filha do vassalo disse ao príncipe que ia ao jardim buscar um limão. Foi mas já não voltou. [E regressou a casa dos pais.]
O príncipe adoeceu e ficou na cama doente e só dizia “ limão, limão”. E o vassalo do rei, quando chegava a casa dizia à mulher e à filha:
— Sabem, o príncipe está muito doente. Está de cama, não fala e só o que diz é “limão, limão”. Está muito doente, vêm médicos de todo o mundo e não o curam, não sabem o que é que ele tem…
Até que um dia a rapariga disse ao pai:
– Eu sei o que é que ele tem. Quem o vai curar sou eu!
– Não me digas isso, que eu ainda perco o trabalho.
E a filha do vassalo lá foi ao palácio. Quando lá chegou, toda a gente sabia ao que ela ia e deixaram-na entrar. Então, quando chegou ao quarto lá estava o príncipe a dizer “limão, limão” e toda a gente a olhar e ela pôs-lhe a mão em cima da mão dele e quando ele repetiu mais uma vez “limão, limão”, ela disse-lhe:
– Fechasse-lhe a porta tivesse-lhe mão.
E o príncipe curou-se logo, porque a reconheceu e viveram felizes para sempre.
Ainda a esta hora lá estarão comendo pão com melão.

Informante: Ana José Gonçalves Rações, Serpa
Recolhido em Outubro de 2007
António Lopes, Cláudia Machado)

CONTO | A VELHA DA CABAÇA


Era uma vez uma velhinha que morava sozinha num monte. E então casava-se uma filha que vivia longe dali. A filha morava talvez numa vila ou numa aldeia, mas a velhinha morava sozinha no monte. E então arranjou uma coisinha e lá vai ela ao casamento da filha. Quando chegou a certo sítio, assim mais isolado, aparece-lhe um lobo:
– Ai velhinha, eu vou-te comer!
E ela começou toda muito triste:
– Não me comas. Eu estou magrinha, tenho o estômago despejado. Agora vou ao casamento da minha filha, venho de lá com a barriguinha cheia e depois tu comes-me.
– Então está bem. Então vai lá.
A velhinha comeu e bebeu, toda muito feliz no casamento da filha
Mas antes de sair de lá contou o que lhe tinha acontecido no caminho. E várias pessoas ajudaram-na, e o que lhe fizeram? Arranjaram-lhe uma cabacinha e meteram-na lá dentro, fecharam-na e puseram a cabacinha a rodar.
Lá vem ela pelo meio de um caminho, quando, de repente, aparece o lobo e pergunta à cabacinha:
– Cabacinha, cabacinha, viste por aí uma tia velhinha?
E a velhinha respondeu lá de dentro:
– Nem velhinha, nem velhão, corre corre cabacinha, corre corre cabação.
E assim desapareceu.


Informante: Ana José Gonçalves Rações, Serpa
Recolhido em Outubro de 2007
(António Lopes, Cláudia Machado)
e Outubro de 2009 (Jorge Raposo da Mata)