segunda-feira, 31 de maio de 2010

DRAMATIZAÇÃO | O JOÃO PARVO


O João Parvo

Cenários: Casa do João (Cozinha); Rua
Personagens: João, Mãe, dois rapazes, pessoas da matança, do funeral, do azeite, o Sr. Almeida, o ladrão, o pastor e o homem com prisão de ventre.

Acto I

Cena I
Casa do Parvo, mão e filho

(A mãe do Parvo estava a coser roupa e o filho estava a brincar no chão. De repente, a agulha parte-se)

Mãe – Ora bolas! Olha, vai comprar uma agulha para a mãe te coser as calças.

Parvo – Está bem! Dá-me aí umas moedinhas que eu não tenho dinheiro.

Mãe – Toma lá, mas vê se não a perdes. Eu não tenho mais dinheiro nenhum aqui comigo. Traz sempre a agulha na mão e não a pouses em lado nenhum.


Acto II

Cena I

Rua, rapazes e parvo

(Dois rapazes estavam a jogar à bola junto à casa do parvo)

Parvo (a olhar para os rapazes) – Que bacano! Eu também quero jogar. Deixa lá meter aqui a agulha na palha para não a perder…


Cena II
(Os rapazes vão-se embora e fica o Parvo)

Parvo (a vasculhar na palha) – Chiça penico! Então agora a agulha fugiu da palha? A mãe vai-me dar cá uma descasca (muito nervoso).


Acto III

Cena I

(Casa do Parvo)

Mãe – Vá filhinho! Dá a agulha à mãe que eu daqui a pouco tenho de ir fazer a açorda e dar de comer às galinhas.

Parvo (olhando para um espaço no infinito e com um ar muito maroto) – Perdi-a!

Mãe (zangada) – Oh, Jesus que é Santo! O que fizeste tu à agulha?

Parvo (meio confuso, meio chorando) – Ai mãe! Eu trazia a agulha na mão como tu disseste, mas depois vi uns moços ali a jogar à bola e quis ir brincar com eles. Então meti a agulha na palha e fui.

Mãe (levando a mão à testa) – Na palha, borcalho? Nunca ouviste dizer que é muito difícil achar uma agulha no palheiro? Tu então que és meio parvo nem num montinho de palha a encontras!

Parvo – O que querias tu que eu fizesse.

Mãe – Tinhas metido a agulha na pala do boné e não a perdias...Olha, antes que faças mais alguma asneira, vai-me lá comprar manteiga que a gente não tem nada para comer com o pão.


Acto IV

Cena I
(Rua, rapaz e Sr. Almeida)

Sr. Almeida – Então João, o que é que queres?

Parvo – Queria um pouco de manteiga e meta no meu boné.

Sr. Almeida – No boné?

Parvo – Sim! A minha mãe disse que era para fazer assim. Ela, a minha mãe, vai ficar toda contente!


Acto V

Cena I

(Casa do Parvo)

Mãe – Então, filho? Onde puseste a manteiguinha?

Parvo (tirando o chapéu e mostrando-o à mãe) – Está aqui no boné, como tu disseste.

Mãe (irritada) – Valha-me nossa Senhora! Puseste a manteiga no chapéu? Agora não se come nada!

Parvo – Mau! Não era no chapéu que era para pôr?

Mãe – Seu grande imbecil! Tinhas metido na tigela!

Parvo – Tá bem!


Acto VI

Cena I
(Rua, Parvo e amigo)

Carlos – Olha, vai lá a minha casa que eu dou-te um cãozinho. Leva uma coisa qualquer que o bobi é muito pequenino.

Parvo – Boa! Espera aí que eu já venho!


Acto VII

Cena I
(Casa do Parvo, Parvo e Mãe)

Parvo – Mãe? Olha aqui o que eu arranjei!

Mãe – Um canito, meu palhaço? E ainda por cima na tigela onde eu faço o comer, as açordas, as migas… Olha lá o que o cão fez aí, borrou-se todo!

Parvo – O que querias tu que eu fizesse?

Mãe – Tinhas levado uma cordinha, atavas ao cão e dizias “bucha, bucha, bucha” que ele vinha.

Dias mais tarde…

Mãe (aflita) – Ai filho, acode lá aqui à mãe que a garrafa do vinho partiu-se-me!

Parvo – Da cá dinheiro para ir comprá-la. Vou só buscar uma corda.

Daí a pouco…

Mãe - Acabou-se! Perdes-me a agulha, derretes-me a manteiga, borras-me a tigela e agora partes-me a garrafa de vinho? Toma mas é a viola do teu pai e vê se ganhas algum dinheiro.


Acto VIII

Cena I

(Rua, Parvo e várias personagens)

Parvo (olhando para as pessoas do funeral) – É agora que eu ganho a vida!

(Chega-se ao pé das pessoas e toca a música do funeral; depois coloca-se ao lado do caixão e bate-lhe)

Alguns no funeral – Mas que coisa é esta! Sai já daqui! Não vês que isto é um funeral? Quando chegas ao pé de uma multidão de gente destas começas a chorar! Agora desanda daqui!

O Parvo sai a correr. Mais à frente encontra uma matança.


Acto IX

Cena I
(Rua, Parvo e várias personagens)

Parvo (a chorar) – Ai que desgraça! O porquinho morreu!

Paulo – Mas que choradeira é essa? Isto é um local de alegria, não há aqui tristeza. Quando chegares a uma ocasião destas, dás uma palmada nas costas de alguém e dizes “Muita saúde tenha quem te coma!” Pira-te.

O Parvo sai a correr. Mais à frente está um homem com prisão de ventre.


Acto XI

Cena I

(Rua, Parvo e Homem)

Parvo (dando-lhe uma palmada nas costas) – Muita saúde tenha quem te coma!

Paulo – Então homem? Dizes-me uma coisa destas. Quando vires um problema destes, dizes “Deus queira que saia todo!” para uma pessoa ficar aliviada. Pisga-te daqui!

O Parvo sai a andar. Mais à frente vê um barril a deitar fora azeite e pessoas muito aflitas.


Acto X

Cena I

(Rua, Gente)

Parvo (entusiasmado) – Deus queira que saia todo! Deus queira que saia todo!

Carlos – Então está parvo? Numa situação destas, diz: “Deus queira que não saia nenhum”. Agora sai daqui antes que o pote te caia em cima.

O Parvo sai a correr. Daí a pouco vê um pastor aflito por ter os porcos enterrados na lama.


Acto XI

Cena I

(Rua, Pastor)

Parvo (de novo entusiasmado) – Deus queira que não saia nenhum! Deus queira que não saia nenhum!

Paulo – Então o que é isto?! Eu quero que os porcos entrem nas pocilgas e tu vens aqui feito parvo? Sai imediatamente daqui!

Parvo sai de novo a correr. Já cansado, senta-se encostado à parede de uma casa com a viola ao lado. É então que um ladrão lhe rouba a viola. Este corre atrás dele, tropeça e encontra um pote de ouro e vai a correr para casa todo contente. Quando está mesmo a chegar, tropeça e derrama o ouro pelo chão perdendo-o todo.


Acto XI

Cena I

(Rua, Parvo)

Parvo – Ora bolas! Fiquei pobre outra vez!


A partir de um conto contado por Francisca Valente Calvinho de Vila Verde de Ficalho.

TEATRO | O JOÃO PARVO (parte 2)

Dramatização para teatro do conto "O João Parvo", contado por Francisca Valente Calvinho, de 71 anos, natural de Vila Verde de Ficalho.
A dramatização foi levada a efeito pela turma 8ºB, nas aulas de Língua Portuguesa com a professora Palmira Rodrigues, a partir da recolha original, já publicada neste blog.
Foi apresentado ao público na cerimónia de entrega de prémios do Concurso de Escrita Criativa da escola EB 2,3 Abade Correia da Serra, no dia 4 de Fevereiro de 2010.




TEATRO | O JOÃO PARVO (parte 1)

Dramatização para teatro do conto "O João Parvo", contado por Francisca Calvinho Valente, de 71 anos, natural de Vila Verde de Ficalho.
A dramatização foi levada a efeito pela turma 8ºB, nas aulas de Língua Portuguesa com a professora Palmira Rodrigues, a partir da recolha original, já publicada neste blog.
Foi apresentado ao público na cerimónia de entrega de prémios do Concurso de Escrita Criativa da Escola EB 2,3 Abade Correia da Serra, no dia 4 de Fevereiro de 2010.











ACONTECIMENTO | ENTREGA DE PRÉMIOS DO CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA (parte 2)














ACONTECIMENTO | ENTREGA DE PRÉMIOS DO CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA (parte 1)














ACONTECIMENTO | CERIMÓNIA COM SABOR A TRADIÇÃO


Distinguidos os vencedores do CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA na EB 2,3 Abade Correia da Serra


No passado dia quatro de Fevereiro, na sala de convívio da referida escola, foi realizada a Cerimónia de Entrega dos Prémios do Concurso de Escrita Criativa.
Este evento foi organizado pelo 8ºB, em Área de Projecto, tendo sido adoptado o tema da Tradição. Contou com a assistência de muitos alunos, professores e pais. Com o objectivo de distinguir os alunos que melhores resultados obtiveram nas diversas actividades e concursos deste estabelecimento de ensino, no alinhamento constou a entrega dos certificados e das várias distinções aos estudantes e a performance de vários números preparados para o efeito.
A festa foi iniciada pela professora Isabel Louzeiro, directora da escola, que proferiu um pequeno discurso, no qual realçou o mérito dos alunos participantes nas actividades e incentivou uma vez mais os presentes a interessarem-se por estes eventos promovidos pela escola. Depois seguiu-se a entrega dos certificados de participação nas Olimpíadas do Ambiente, pela professora Belmira, a um extraordinário número de setenta alunos.
Foram diversas as intervenções de alunos neste evento, entre elas a participação do 7.º A que apresentou um pequeno happening sobre provérbios e quadras populares. Seguiu-se a entrega dos prémios de escrita criativa do 1.º ciclo, pela professora Lúcia Chaveiro, sendo vencedores as alunas Cristiana Guerreiro, Laura Pimenta e Maria Cano.
Entretanto, os alunos do 8º B, organizadores desta festa, versaram o tema da Tradição, apresentando um documentário acerca de Serpa e do seu castelo.
No 2.º ciclo, 5.º ano, turma B, destacaram-se as alunas Marta Machado (1.º prémio), Joana Morais (2.º prémio) e Isabel Corceiro (3.º prémio). No 6.º ano, brilharam os alunos Mariana Oca, do 6.º A, André Martins, do 6.º B e Mónica Gomes do 6.º C, com o 1.º, 2.º e 3.º prémios respectivamente.
Relativamente ao 3.º ciclo, no 7.º ano, conquistaram os galardões as alunas Ana Maria do Rosário do 7.º A, Sara Cordeiro do 7.º B e Joana Bule da mesma turma. No 8.º ano, evidenciaram-se os alunos João Mestre do 8.º A, Mélissa Ramalho do 8.º B e Tiago Catarino do A. Por fim, o 9.º B conquistou todos os prémios, pela seguinte ordem: José Galamba, Sara Valente e Helena Gato.
Foram igualmente distinguidos os alunos que participaram no Concurso de Máscaras de Halloween.
Terminada a distinção dos alunos e as actuações das turmas, foi representada, pelos alunos do 8º B, a peça de teatro “O João Parvo”, um conto popular cómico, que distraiu a plateia presente. Posteriormente foi apresentado o Making-of de todo espectáculo.
Entre a entrega de prémios e as actuações das turmas, a banda de folclore alentejano, guiada pelo professor de moral, Jorge Mata, intitulada “As Margens do Guadiana”, tocou músicas da nossa tradição, como, por exemplo, o tema “Vila de Frades”. E foi assim também que se finalizou a cerimónia.

André Afonso, 9.º B